quinta-feira, 11 de novembro de 2010

INVERNO

A minha alma, dilacerada por sua ausência, deve suportar o sofrimento
Para que não enlouqueça ao final de cada dia
Para que pesadelos não a torturem quando o sono não é mais capaz de trazer alívio
Eu me distraio com coisas simples
Caminho ao alvorecer, quando o sol, se ergue pálido no horizonte, e observo o orvalho sobre folhas empoeiradas
Tudo para não recordar
Ainda assim, às vezes, a sua lembrança - o seu sorriso, seus olhos - invade a minha consciência e a faz girar em turbilhões desnorteada
Pois, mesmo sendo apenas uma lembrança, como eu poderia suportar tanta beleza?
Triste vê-la uma única vez para não mais
Como se a promessa de felicidade trazida por um único dia claro de inverno fosse sufocada pelos dias frios e nublados seguintes
As nuvens tornam-se cada vez mais escuras e se fecham poderosas sobre o meu espírito
E imerso nessa atmosfera, eu murmuro o seu nome cada vez mais apaixonado
As minhas esperanças foram estraçalhadas pelos meus erros!
Mas sobrevive ainda a imagem do seu rosto em minha memoria, trazendo, ao mesmo tempo, sofrimento e consolo.

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