terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ESCRITO DE RESSACA EM UMA ADORAVEL MANHA DA PRIMAVERA DE 2010

No meu quarto escuro, as pas luminescentes do ventilador giram sem a eletricidade que as faça girar.
Ventilador, ou outra coisa desligada, ou mariposas, ou o mal estar por estar acordado tao cedo.
Tenho dores de cabeça e um rato morto no intestino.
Entao, eu me fixo em um ponto vazio no vazio e paro de pensar em coisas que so me deixam deprimido.
Reconstruo-me como uma mesa sem pernas.
Inteiro agora, mas sempre estarei disposto a me despedaçar novamente.
Dificil perder o habito de brincar de roleta russa.
Vivo sob a influencia de um estranho pensamento: a vida so vale a pena nos momentos que antecedem um balaço nos miolos.
E danço como os loucos no manicomio.
Como a miniatura de um homem no interior de uma panela sem tampa.
E ajo como se o passado inteiro fosse uma imensa bobagem.
Simplesmente nao me importo.
Abro a janela, sem muita esperança, ainda meio sonolento, ainda meio embriagado, mas vejo que na rua o universo inteiro espera por mim.